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O Guia Definitivo para Curar a Ansiedade: A Minha Viagem Pessoal

Atualizado: 19 de jan. de 2024


Mulher a viajar de carro e contemplando o pôr-do-sol

A ansiedade é uma dor interior e exprime fisicamente o medo. Segundo a medicina chinesa, o medo afecta principalmente os rins. Por outro lado, os problemas renais podem decifrar o medo reprimido. O medo consome a nossa energia e pode mesmo esgotá-la. A ansiedade é também um acelerador da depressão. E muitas vezes uma puxa pela outra. É extremamente importante compreender a ansiedade e saber como lidar com ela. A boa notícia é que a ansiedade é nossa amiga, pois é um sintoma do corpo e da mente que chama a nossa atenção para algo que está em desequilíbrio. Com este guia, irá obter uma compreensão holística e completa de todas as facetas da ansiedade e se, no final, chegar à conclusão de que não é um monstro, embora possa ser assustador, então terei atingido o meu objetivo com este artigo.


São João da Cruz chamava-lhe a "Noite Escura da Alma", um tempo de batalhas silenciosas e lutas veladas, um período em que as profundezas do nosso ser encontram mudanças profundas sem a clareza do reconhecimento. Este período pode durar alguns anos ou mais do que o desejado.

Não me apercebi de que estava a viver este incrível despertar e, se me tivesse apercebido, talvez o caminho tivesse sido mais fácil. Mas não foi. Foi por isso que decidi escrever este guia um pouco longo, porque na altura gostaria de ter tido alguém que me dissesse: "Já percorri o mesmo caminho que tu estás a percorrer agora e sei como pode ser assustador. No entanto, prometo-te que se persistires e procurares continuamente a luz, um dia serás essa luz e as recompensas serão verdadeiramente magníficas." Talvez um anjo me tenha sussurrado isto ao ouvido, porque quase juro que o ouvi.


Muitas vezes perguntei-me porque é que precisava de passar por momentos tão difíceis? Encontrei a resposta numa aula de saúde holística do meu curso: as plantas que florescem sem a ajuda de fertilizantes sintéticos ou pesticidas mostram uma resiliência notável e um maior desenvolvimento de fitonutrientes. A ausência de "muletas" químicas obriga-as a reforçar as suas defesas, tornando-as mais fortes. Quando as plantas enfrentam desafios sem a ajuda de estimulantes artificiais, aprofundam o seu potencial genético! Esta é uma lei natural: os desafios estimulam o crescimento. Mais tarde, a minha grande amiga Maria da Conceição Pinho explicou-me, num dos seus workshops para o meu coaching de grupo, com grande sabedoria e humor que a pressão faz progredir "Olga, se eu e tu ficarmos aqui com os braços a empurrar uma à outra durante muito tempo, vai ser ótimo para mim porque vou ficar com uns músculos enormes." Simplesmente, faz parte da nossa natureza precisar de desafios para nos tornarmos uma versão melhor de nós próprios. O caminho do meio é, portanto, saber equilibrarmo-nos nesta dança sem ficarmos exaustos ou frustrados. O progresso deve ser sempre lento.


Espero que o meu percurso, agora enriquecido como profissional de saúde holística, vos inspire a ultrapassar as vossas limitações preconcebidas e a alcançar objetivos que vão muito além dos vossos sonhos.


A Minha Viagem Pessoal, dos 30s aos 40s


Na tapeçaria da minha vida, tudo parecia normal e perfeito até ao ano de 2009, quando o meu mundo seguro começou a desmoronar-se à minha volta. Sofri o meu primeiro desgosto de amor intenso, os meus pais enfrentaram uma perda catastrófica e eu decidi afastar-me de uma comunidade desportiva que tinha sido o meu refúgio durante uma década, devido a divergências de valores.


De uma potência energética e empreendedora, entrei numa zona de incerteza, envolta numa profunda tristeza. A ansiedade enraizou-se, roubando-me o sono, desviando-me a concentração e drenando a energia que outrora investia nos treinos. O medo começou a apoderar-se de mim - medo de andar de avião, das alturas e, essencialmente, de tudo o que tivesse uma ponta de risco que me deixasse tonta.


Mudei-me para um país diferente, pensando que as coisas iriam melhorar se mudasse de ambiente. Apaixonei-me, casei-me e tive filhos. Durante algum tempo, a ansiedade parecia ter ficado em suspenso. No entanto, desencadeada por um acontecimento que fez ressurgir todo o medo, voltou ainda mais avassaladora. Por um lado, tinha sido suprimida e, por outro lado, o stress crónico da minha vida durante esses anos diminuiu a vitalidade das células do meu corpo, exacerbando o seu ressurgimento.


Quando o nosso organismo carece de recursos essenciais, como uma função mitocondrial óptima, tem dificuldade em resistir eficazmente ao stress. A resiliência está intimamente ligada à robustez dos nossos sistemas fisiológicos, necessitando de corpos fortes e funcionais. Níveis adequados de minerais e vitaminas, associados ao funcionamento ótimo de todos os órgãos, constituem a base desta resiliência. Quando se vive em stress crónico, influenciado tanto pelos pensamentos como pelo ambiente, gastando mais energia do que aquela que se recebe, o corpo tem dificuldade em lidar com a situação. O esgotamento torna-se inevitável.


Reconheci que não estava bem, nem psicologicamente nem fisicamente. Tomei a decisão de que uma parte significativa da minha personalidade precisava de mudar, porque se o meu antigo "eu" me tinha trazido até este ponto, então já não me servia.


É mais fácil dizer do que fazer. Quando se se percebe que o programa que se estava a executar a vida toda, o qual habituámo-nos a confiar, contem erros graves, sentimo-nos perdidos. Reinventar uma parte de nós próprios, é bastante assustador. No entanto, como mãe de três filhos, compreendi que era um modelo para eles, que tinha uma família para cuidar e ajudar a florescer. Tinha de me levantar todos os dias e dar o meu melhor, procurando toda a ajuda possível.


A luta interna foi implacável, ultrapassando qualquer desafio que alguma vez enfrentei - ainda mais formidável do que dar à luz os meus filhos sem o conforto de uma epidural! Sentia-me como se estivesse numa batalha constante com um monstro colossal, um confronto diário com os meus próprios medos. Procurei ajuda de várias fontes: a minha família, amigos e profissionais de saúde. Mas, acima de tudo, encontrei a maior força dentro de mim.


Ao embarcarmos nesta exploração, tenha em mente que a jornada de cada indivíduo é única. Este guia tem como objetivo lançar as bases para a compreensão da complexa interação da ansiedade, preparando o terreno para os passos transformadores que se seguem na nossa busca pela cura.



Capítulo 1: Reconhecer a ansiedade

Melhor sentada no meio do campo e contemplar a luz do sol

A verdade liberta e por isso o primeiro passo para curar a ansiedade é reconhecer a sua presença. Há individuos que levam uma vida inteira sem esta consciência, o que não lhes permite viver uma vida plena de bem-estar. No meu percurso, isso envolveu:


  1. Compreender os sintomas (coração acelerado, respiração superficial, ardor no corpo, pensamentos intrusivos, apertos no braço/peito ou uma sensação de desgraça iminente). Uma das revelações do meu percurso foi a constatação de que o trauma não está apenas armazenado na nossa mente, mas também no nosso corpo. As manifestações físicas da ansiedade, não são arbitrárias; são a forma de o corpo expressar a dor e o stress não processados que estão armazenados no seu interior.

  2. Reconhecer os triggers, ou seja os factores desencadeantes (padrões de pensamento ou factores externos que desencadeiam uma cascata de sentimentos de ansiedade). O trauma pode atuar como um escultor, moldando as nossas crenças e padrões de pensamento de forma a perpetuar a ansiedade. Cria uma lente através da qual vemos o mundo, muitas vezes tingida de medo, desconfiança ou uma sensação constante de desgraça iminente. Reconhecer e desafiar estas crenças enraizadas tornou-se um aspeto fundamental do meu processo de cura, permitindo-me reformular as minhas perspectivas e abordar a vida com uma nova resiliência.

  3. Não reprimir - Aprendi a arte de honrar as minhas emoções, ganhando o direito de as sentir sem o peso da culpa. Esta jornada envolveu o reconhecimento de que todas as emoções são válidas, aspectos transitórios da experiência humana, e suprimi-las apenas impede o crescimento pessoal. Abraçar todo o espetro de emoções, quer se trate de raiva, tristeza ou alegria, tornou-se uma parte integrante da minha auto-descoberta. Em vez de ver certos sentimentos como "errados" ou pesados, aprendi a abordá-los com curiosidade e compreensão. Para um maior esclarecimento do perigo de reprimir emocoes e a maneira saudável de lidar com elas leia o meu outro artigo aqui. Esta mudança permitiu-me navegar pelas paisagens emocionais de forma autêntica, aprendendo lições valiosas com cada experiência. Ao dar-me permissão para sentir sem julgamento, fomentei uma relação mais saudável com as minhas emoções, abrindo caminho para uma auto-aceitação genuína e resiliência emocional.

  4. Letting go - A Arte de Deixar Ir (como lhe chamo) é uma prática profunda que nos convida a abraçar todo o espetro das nossas emoções com uma sensação de libertação consciente. Quando a tristeza cobre os nossos corações, as lágrimas tornam-se um bálsamo curativo, permitindo que o peso seja suavemente retirado. Em momentos de raiva, o ato terapêutico de esmurrar almofadas ou de soltar um grunhido primitivo torna-se uma dança catártica com a intensidade da emoção (escrito assim, até se torna engraçado). Depois de uma enorme libertação de medo, permitindo-me sentir toda a ansiedade, costumo tremer. Ao permitirmo-nos estas expressões cruas e não filtradas, entramos na sabedoria inata dos nossos corpos, reconhecendo e processando as emoções sem julgamento. Esta arte tem a ver com honrar o fluxo e refluxo da nossa paisagem interna, reconhecendo que a verdadeira força reside no ato corajoso de deixarmos ir.

  5. Journaling (escrever num diário): Escrever sobre as nossas emoções num diário ajuda-nos a processar e a compreender os nossos sentimentos sem ficarmos sobrecarregados. Quando colocamos os nossos pensamentos e sentimentos nas páginas, criamos um registo tangível das nossas experiências interiores. Este processo promove a autorreflexão e aprofunda a nossa compreensão das correntes emocionais que fluem no nosso interior. É uma forma saudável de exprimir as emoções e de compreender os padrões recorrentes. Esta arte tem a ver com honrar o fluxo e refluxo da nossa paisagem interna, reconhecendo que a verdadeira força reside no ato corajoso de deixar ir.

No meu percurso pessoal para curar a ansiedade, apercebi-me de que reconhecer a sua presença era apenas a ponta do icebergue. Para compreender e lidar verdadeiramente com a ansiedade, foi essencial para mim explorar as suas raízes, que, em muitos casos, estão interligadas com experiências de trauma. Quer se trate de um acontecimento traumático singular ou de uma série de experiências mais pequenas e cumulativas, estas marcas podem permanecer dentro de nós, moldando as nossas crenças, padrões de pensamento e reacções emocionais. É como uma força invisível que influencia as nossas percepções do mundo, de nós próprios e do nosso lugar nele.


Capítulo 2: Procura de ajuda profissional

Mulher em terapia

Reconhecendo que não conseguiria percorrer este caminho sozinha, dei um passo importante ao procurar o apoio de um profissional de saúde mental e emocional. Após três anos de terapia, o impacto transformador na minha vida é profundo. Abrir-me sobre as minhas dificuldades e medos foi o primeiro passo crucial que lançou as bases para o meu plano de tratamento personalizado.


Nas fases iniciais, a terapia era um espaço seguro onde eu podia desvendar as camadas das minhas emoções. Tornou-se uma viagem de auto-descoberta, permitindo-me explorar as raízes da minha ansiedade e compreender a intrincada teia de pensamentos e sentimentos que tinha sido tecida ao longo dos anos.


Um dos ganhos mais significativos do meu tempo em terapia foi o desenvolvimento da inteligência emocional. Aprendi a decifrar a linguagem das minhas emoções, identificando nuances e subtilezas que antes me tinham passado despercebidas. Esta nova compreensão permitiu-me navegar pela vida com uma maior consciência da minha paisagem emocional.


Além disso, a terapia serviu como um catalisador para a independência emocional. Comecei a cultivar mecanismos saudáveis para lidar com um espetro de emoções. Em vez de sucumbir às ondas avassaladoras da ansiedade, aprendi a enfrentá-las com resiliência. E a terapia tornou-se um santuário para me permitir sentir sem julgamento. Descobri o poder de dar espaço às minhas emoções, deixando-as desenvolver-se naturalmente. Este ato de auto-compaixão criou uma relação harmoniosa com o meu eu interior, promovendo uma sensação de equilíbrio e bem-estar.


A viagem não foi isenta de desafios. Houve momentos em que me senti exausta, confrontada com medos profundos e verdades desconfortáveis. No entanto, a minha terapeuta guiou-me através desses momentos difíceis, salientando a importância do descanso e dos cuidados pessoais ao longo do caminho.


Com o passar dos anos, uma narrativa coerente emergiu do caótico emaranhado de emoções. Tornei-me mais resiliente, equipada com as ferramentas para enfrentar as incertezas da vida com uma força recém-descoberta. A terapia não era apenas um meio para atingir um fim, mas um processo contínuo de crescimento e auto-descoberta.


Escolher ou não a medicação: A decisão de incorporar a medicação no seu percurso de gestão da ansiedade e depressão é profundamente individual e matizada. Enquanto alguns encontram grande alívio e apoio através da medicação, outros podem não se identificar com esta abordagem. O que é fundamental, no entanto, é reconhecer a gravidade da ansiedade e o seu impacto na vida quotidiana. Quando a ansiedade atinge um ponto em que se torna um obstáculo intransponível, prejudicando a capacidade de lidar com a vida durante um período prolongado, procurar ajuda profissional torna-se não só crucial, mas também um ato compassivo de auto-cuidado. A medicação, quando prescrita e monitorizada por um profissional de saúde, pode servir como uma ferramenta valiosa para proporcionar estabilidade e criar uma base para outras intervenções terapêuticas. A chave está em reconhecer as necessidades únicas de cada um e colaborar com os profissionais de saúde para determinar a abordagem mais eficaz e personalizada para lidar com as complexidades da ansiedade.


É essencial reconhecer que a escolha da medicação como parte de uma estratégia de gestão da ansiedade e da depressão não implica um compromisso para toda a vida. Em vez disso, pode ser uma ajuda valiosa durante uma fase crítica de auto-descoberta e cura. A medicação pode atuar como uma ponte de apoio, oferecendo uma influência estabilizadora enquanto se trabalha para compreender e transformar as causas profundas da ansiedade. Serve como uma ferramenta para criar um espaço para a introspeção e para a implementação de mecanismos de controlo. Tal como um gesso apoia a cura de um osso partido, a medicação pode fornecer o apoio necessário para o bem-estar emocional e mental à medida que os indivíduos embarcam na viagem para se redescobrirem e redefinirem. O objetivo final não é a dependência da medicação, mas sim um processo gradual de auto-descoberta e crescimento, com o potencial de reavaliar a necessidade de medicação à medida que se desenvolvem e interiorizam novas estratégias de sobrevivência.



Capítulo 3: Medicina funcional para curar a ansiedade

suplementos vitaminicos num copo

A medicina funcional é uma abordagem holística e centrada no doente, abordando as causas profundas da doença em vez de se limitar a tratar os sintomas. Em contraste com a medicina convencional, que muitas vezes se concentra na gestão dos sintomas com medicamentos, a medicina funcional procura compreender os desequilíbrios subjacentes nos sistemas do corpo que contribuem para a doença. Os praticantes de medicina funcional vêem o corpo como um todo interligado, reconhecendo as relações intrincadas entre diferentes órgãos, sistemas e factores de estilo de vida.


O meu percurso no domínio da medicina funcional desenrolou-se quando embarquei no caminho para a minha Certificação de Coach de Saúde Holística. Um momento crucial nesta jornada educacional foi o encontro com o livro "The Disease Delusion: Conquering the Causes of Chronic Illness for a Healthier, Longer, and Happier Life (Conquistar as causas da doença crónica para uma vida mais saudável, mais longa e mais feliz), de Dr. Jeffrey S. Bland". Ao mergulhar nas suas páginas e nas suas ideias, ocorreu uma mudança profunda na minha compreensão da saúde e do bem-estar. Os princípios da medicina funcional apresentados no livro ressoaram profundamente em mim, desafiando as noções convencionais e enfatizando uma abordagem holística que procurava descobrir as causas profundas dos problemas de saúde, em vez de se limitar a tratar os sintomas. Este encontro marcou o início da minha exploração do mundo transformador da medicina funcional, orientando os meus esforços subsequentes na promoção de um bem-estar abrangente e personalizado.


Na sua essência, a medicina funcional reconhece a capacidade inata do corpo para se curar a si próprio quando lhe é dado o apoio correto. Ao aprofundar a complexa rede de factores que contribuem para a saúde e a doença, a medicina funcional oferece uma abordagem mais abrangente e personalizada aos cuidados de saúde. Considera a interação de vários factores, incluindo a nutrição, o stress, a genética, o ambiente e o estilo de vida, que influenciam a saúde em geral.


No meu próprio percurso de saúde, a medicina funcional desempenhou um papel crucial na revelação do mistério por detrás da minha anemia persistente, que estava a afetar o meu bem-estar físico e emocional. Ao longo de um ano, investigámos os meandros do funcionamento do meu corpo, descobrindo que uma bactéria nociva no meu estômago estava a impedir a absorção de ferro, um fator-chave que contribuía para a minha anemia. Com a remoção deste obstáculo, a capacidade do meu corpo para absorver ferro melhorou.


Além disso, o stress da minha vida, associado a uma alimentação errada, estava a afetar a minha saúde intestinal, o que resultava numa má absorção de tudo o que comia. Atualmente, conhecemos a fascinante ligação entre o intestino e o cérebro e a relação simbiótica que partilham. A serotonina, um neurotransmissor crucial para a regulação do humor, é produzida no intestino e tem um impacto profundo na nossa saúde mental. Estima-se que cerca de 90-95% da serotonina seja produzida nas células que revestem o trato gastrointestinal, particularmente nas células enterocromafins do intestino. As células enterocromafins são células especializadas que se encontram no revestimento do trato gastrointestinal, em particular na mucosa do estômago e dos intestinos. Estas células funcionam como células produtoras de hormonas e células de sinalização nervosa. Tornou-se claro que a minha saúde intestinal não era apenas uma entidade separada, mas um ator dinâmico que influenciava o meu estado mental. Para conseguir clareza de pensamento e estabilidade emocional, é imperativo promover um ambiente intestinal saudável com bactérias benéficas. Esta revelação foi um marco transformador na minha jornada de bem-estar, pois aprendi a nutrir não só a minha mente, mas também o meu intestino para uma saúde holística.


A abordagem da medicina funcional não se ficou por aqui. Revelou deficiências em nutrientes essenciais como o ómega 3, o selénio, o zinco e a vitamina D, juntamente com baixos níveis mitocondriais. Esta compreensão holística da minha saúde levou a intervenções específicas, incluindo suplementos e infusões de ferro. De forma notável, apenas um mês depois de ter resolvido estas questões subjacentes, comecei a sentir um aumento significativo na resistência e no bem-estar geral.

O que me chama a atenção é a forma como a medicina funcional olha para além da superfície, explorando as causas profundas dos problemas de saúde em vez de se limitar a gerir os sintomas. A minha experiência com a medicina funcional foi transformadora, realçando a importância de tratar a pessoa como um todo para alcançar a verdadeira vitalidade e resiliência.


As nossas doenças são frequentemente expressões sintomáticas dos nossos factores ambientais e de estilo de vida mais amplos. O estado da nossa saúde está intrinsecamente ligado à qualidade do nosso ambiente, englobando factores como a nutrição, os níveis de stress e as escolhas gerais de estilo de vida. Os nutrientes desempenham um papel fundamental nesta equação, actuando como blocos de construção essenciais para o nosso bem-estar fisiológico. Uma deficiência ou desequilíbrio em nutrientes cruciais pode contribuir para a manifestação de vários problemas de saúde. Compreender que o nosso corpo é profundamente influenciado pelo ambiente que criamos para ele sublinha a importância de nos alimentarmos com os nutrientes certos e de promovermos um estilo de vida favorável.



Entretanto continuo empenhada nos meus suplementos multivitamínicos! Estando na casa dos 40 anos e a fazer malabarismos com um estilo de vida vibrante, acho que o meu corpo exige um pouco mais de nutrientes. Entre a prática e o ensino da capoeira, no coaching a clientes e o papel de super-heroína para os meus três filhos, a vida pode tornar-se bastante agitada. Apesar de ser uma fiel seguidora da Daily Dozen, apercebi-me de que posso estar a gastar mais nutrientes do que aqueles que consigo consumir. Por isso, os fiéis suplementos multivitamínicos ficam ao meu lado para colmatar a lacuna e manter-me em boa forma.


Capítulo 4: Adotar práticas de autocuidado para curar a ansiedade

Público numa palestra e a aplaudir

Na minha caminhada de auto-cura apercebi-me da necessidade de dar prioridade aos cuidados pessoais, uma viagem que me levou de volta às raízes da minha juventude - a capoeira. Esta vibrante arte marcial, com dança e música, tornou-se mais do que uma prática física; evoluiu para um santuário onde me podia reconectar com o meu eu autêntico e nutrir o meu bem-estar geral. Também me aprofundei ainda mais no ioga e na música.


1. Regresso à Capoeira: Redescobrir o mundo da Capoeira significou mais do que revisitar um desporto; foi um regresso a casa. Mudar de escola de Capoeira abriu portas para um novo capítulo, proporcionando oportunidades para aprofundar ligações com outros camaradas. Abracei cada oportunidade de interagir dentro da comunidade de Capoeira, cultivando um sentido de camaradagem que ia além da roda. A energia da capoeira tornaou-se não apenas uma prática física, mas uma fonte de rejuvenescimento para o meu espírito.


Na minha abordagem de coaching, encontro um valor imenso em explorar os interesses e paixões dos meus clientes durante os seus anos formativos. É nesse momento que os nossos corações estão mais abertos, sem inibições pelas expectativas e pressões da idade adulta. Ao revisitar as atividades e sonhos que outrora despertaram alegria e curiosidade, muitas vezes descobrimos insights valiosos sobre os nossos seres autênticos. Esses interesses iniciais funcionam como uma bússola, guiando-nos de volta ao cerne do que somos e do que realmente nos traz realização. Integrar essas paixões juvenis nas nossas vidas atuais torna-se uma ferramenta poderosa para a autodescoberta e um caminho para reconectar com a essência genuína que pode ter sido obscurecida pelas exigências do quotidiano. Dessa forma, construímos uma ponte entre o nosso passado e presente, cultivando uma compreensão mais profunda de nós mesmos e abrindo caminho para um futuro mais autêntico e satisfatório.


Exercício Regular com Componente Social: A atividade física é um potente antídoto para a ansiedade, actuando como um redutor natural do stresse. Fazer regularmente desporto não apenas promove a liberação de endorfinas, os produtos químicos que proporcionam uma sensação de bem-estar no corpo, mas também reduz os níveis de hormonas de stresse, como o cortisol. Seja uma caminhada vigorosa, uma sessão de ioga ou um treino no ginásio, incorporar o exercício à rotina oferece uma maneira holística e sustentável de gerenciar a ansiedade. No entanto, melhor ainda é escolher uma actividade que envolva uma comunidade. Além dos benefícios físicos, optar por um desporto com uma componente social adiciona uma camada extra de suporte para a saúde emocional. Atividades como desportos coletivos, artes marciais, dança ou outras aulas em grupo proporcionam vantagens fisiológicas do exercício, mas também promovem a interação social criando um ambiente de apoio, oferecendo camaradagem e um propósito compartilhado.


2 - Embarcar numa viagem de ioga: O ioga tornou-se uma segunda pele. Procurando momentos de quietude e autorreflexão, mergulhei neste mundo místico. Esta prática transformou-se num espaço sagrado, permitindo-me estar totalmente presente.

As posturas de ioga, para além dos seus benefícios físicos, tornaram-se profundas portas de entrada para a auto-consciência. À medida que navegava pelas posturas, descobri o incrível reservatório de tensão guardado na minha fáscia e nos meus músculos. Era como se o corpo guardasse memórias e, a cada alongamento e libertação, eu desenterrava momentos há muito esquecidos. O ioga, na sua sabedoria, tornou-se não apenas um exercício físico, mas um caminho para a libertação emocional e mental. Na quietude de certas posturas, as memórias surgiam inesperadamente, como fragmentos de uma história há muito guardada nos recônditos do meu ser. O meu corpo, ao que parece, guardava experiências e, à medida que me permitia mergulhar nestas posturas, fui gradualmente desvendando os nós da tensão física e emocional. Foi uma viagem de auto-descoberta, um desdobramento de camadas que se estendeu para além do tapete, até às profundezas da minha consciência. O ioga tornou-se o meu professor, revelando a inteligência inata que se encontra em cada célula do meu corpo. Aprendi a apreciar a inteligência do meu corpo, reconhecendo que ele não guardava apenas tensão, mas também as chaves para a minha própria cura. Hoje em dia, sinto-me cada vez mais em cada postura, estou presente e livre.

A importância da respiração consciente durante o ioga tornou-se cada vez mais evidente. Com cada respiração, podia dissipar emoções presas no meu interior, criando um caminho para me sentir mais liberta. A respiração é o nosso mecanismo inato de libertacao, de deixar ir.


3 - Dar prioridade ao sono: Reconhecendo o poder restaurador do sono, comprometi-me com uma rotina disciplinada na hora de dormir. Ao garantir que ia para a cama às 21h30, e ainda mais cedo no inverno, honrei a necessidade do meu corpo de um descanso adequado. Esta simples mas profunda mudança na minha rotina permitiu-me acordar rejuvenescida, pronta para enfrentar os desafios do dia com resiliência.


A ciência do sono antes da meia-noite: as horas de sono antes da meia-noite são consideradas as mais rejuvenescedoras. Este período alinha-se com o ritmo circadiano natural do corpo, optimizando a libertação da hormona do crescimento e promovendo um sono profundo e reparador. Dar prioridade ao sono durante estas primeiras horas contribui para melhorar a função cognitiva, o bem-estar emocional e a vitalidade geral.


Perspetiva da Medicina Tradicional Chinesa: Na Medicina Tradicional Chinesa, acredita-se que cada sistema de órgãos tem uma altura específica de pico de atividade e regeneração. A vesícula biliar e o fígado, associados à desintoxicação e ao equilíbrio emocional, sao mais ativo das 23h à 1h (vesícula biliar) e da 1h às 3h. Nestas horas é importante estarmos num estado de profundo relaxamento, deixando o sistema parassimpático actuar e trabalhar com deve ser. Ao dar prioridade ao sono antes da meia-noite, alinhei-me com estes ritmos naturais, apoiando o funcionamento ótimo dos meus órgãos e promovendo o bem-estar holístico.


A importância de um sono de qualidade para manter o equilíbrio mental e emocional não é exagerada. A privação de sono pode exacerbar os sintomas de ansiedade, prejudicar a função cognitiva e perturbar o equilíbrio hormonal. Estabelecer uma higiene do sono saudável, tal como manter um horário de sono consistente e criar uma rotina de deitar relaxante, contribui para uma mente mais resistente e descansada.


4. Desfrutar de sessões de spa e massagens: Reconhecendo a importância de mimos ocasionais, incorporei sessões de spa e massagens no meu regime de auto-cuidado. Estes mimos serviram não só como momentos de relaxamento, mas também como actos de amor-próprio. O investimento intencional no meu bem-estar físico tornou-se uma prática de valorização e apreço por mim.


O poder terapêutico da massagem: A massagem, para além das suas conotações de luxo, desempenha um papel transformador na libertação de tensões físicas e emocionais. As mãos hábeis de um massagista trabalham para amassar os músculos, aliviando os nós e promovendo a circulação sanguínea. Isto não só contribui para o relaxamento físico, como também tem um impacto profundo no sistema nervoso autónomo.


Efeitos no Sistema Nervoso Autónomo: A massagem ativa o sistema nervoso parassimpático, muitas vezes referido como o sistema de "descanso e digestão". Esta ativação contraria a resposta ao stress, conduzindo a um estado de relaxamento profundo. Hormonas como o cortisol diminuem, enquanto neurotransmissores de bem-estar como a serotonina e a dopamina aumentam. Este efeito harmonizador no sistema nervoso autónomo não só acalma o corpo, como também promove uma sensação de tranquilidade e bem-estar emocional.


5. Música: Embarcando numa viagem de auto-descoberta, tomei uma decisão importante de mergulhar no mundo da música. Inscrever-me em aulas de canto e atrever-me a aprender a tocar um instrumento que sempre ocupou um lugar especial no meu coração foi uma escolha transformadora. Ao mergulhar no processo de decisão, analisando que música ressoava mais profundamente na minha alma, a escolha tornou-se clara - Samba. Reconhecendo a profunda ligação que sentia com os ritmos e melodias do Samba, decidi aprender a tocar o Cavaquinho, um instrumento intrinsecamente ligado a esta vibrante tradição musical. Esta viagem não só me introduziu na arte da música, como também se tornou um poderoso meio de auto-expressão, permitindo-me conectar com o meu verdadeiro "eu" através das batidas rítmicas e melodias cheias de alma do Samba.


A música tem um impacto profundo no sistema nervoso, influenciando vários processos fisiológicos e psicológicos. Quando ouvimos música, especialmente peças com determinadas características, podem ser observados vários efeitos benéficos no nosso sistema nervoso:

  • Regulação Emocional: A música tem a capacidade de evocar emoções, influenciando o estado de espírito e proporcionando uma saída para a expressão emocional. As melodias alegres e animadas podem aumentar as emoções positivas, enquanto as melodias calmantes podem ajudar a acalmar a ansiedade e o stress.

  • Redução do stress: Ouvir música pode levar a uma redução dos níveis das hormonas do stress, como o cortisol. A música calmante, em particular, tem demonstrado induzir uma resposta de relaxamento, promovendo uma sensação de calma e tranquilidade.

  • Modulação do ritmo cardíaco e da tensão arterial: A música pode ter impacto no ritmo cardíaco e na tensão arterial, promovendo a saúde cardiovascular. A música ritmada e acelerada pode aumentar o ritmo cardíaco, ao passo que os ritmos mais lentos podem ter um efeito calmante, levando a uma diminuição do ritmo cardíaco e da tensão arterial.

  • Melhoria da função cognitiva: A música tem o poder de estimular as funções cognitivas, incluindo a memória e a atenção. Em alguns casos, tem sido utilizada como ferramenta terapêutica para indivíduos com perturbações cognitivas, como a doença de Alzheimer.

  • Controlo da dor: A musicoterapia tem sido eficaz no alívio da dor e do desconforto. Pode funcionar como uma distração, reduzindo a perceção da dor, e até influenciar a libertação de endorfinas, os analgésicos naturais do corpo.

  • Melhoria da qualidade do sono: Ouvir música calmante antes de deitar pode contribuir para uma melhor qualidade do sono. Ajuda a relaxar a mente e o corpo, criando um ambiente propício a um sono reparador.


As propriedades curativas da música vão para além dos seus efeitos fisiológicos, atingindo os domínios da expressão emocional e do bem-estar espiritual. A música tem sido incorporada em várias práticas terapêuticas, conhecidas como musicoterapia ou cura pelo som, para tratar uma vasta gama de condições, incluindo ansiedade, depressão e trauma. Recomendo vivamente o trabalho de uma grande amiga minha, Sofia Nereida, que vive no Porto, Portugal, e dá sessões em retiros por todo o planeta. Sorte a vossa se um dia a conhecerem. Ela é simplesmente incrível. O seu trabalho com a cura pelo som e o facto de nos ajudar a libertar a nossa própria voz evocam respostas emocionais, facilitando a libertação de emoções reprimidas e experiências catárticas, contribuindo para a cura emocional e o bem-estar.


6. Aromaterapia: A aromaterapia tem sido elogiada pela sua capacidade de aliviar a ansiedade e melhorar o humor, oferecendo um remédio natural e calmante. É uma prática que se nota mais resultados com o seu uso prolongado. Os óleos essenciais como a lavanda, conhecida pelas suas propriedades calmantes, podem reduzir eficazmente os níveis de stress e ansiedade. Os óleos cítricos, como a bergamota e a laranja doce, são celebrados pelos seus efeitos estimulantes. A inalação destas essências aromáticas ativa o sistema límbico do cérebro, influenciando as emoções e promovendo o relaxamento. A incorporação da aromaterapia nas rotinas diárias através de métodos como a difusão de óleos, a sua utilização em massagens ou a adição de algumas gotas a um banho cria um ambiente sereno, contribuindo para o equilíbrio mental e o bem-estar emocional geral. Ao fim do dia, sinto-me reconfortada ao preparar um banho quente e adicionar algumas gotas de óleos essenciais. O óleo de alecrim, com as suas notas revigorantes, revitaliza a minha mente, promovendo a clareza mental e a concentração. A baunilha, por outro lado, envolve-me num abraço reconfortante, criando um refúgio acolhedor. À medida que o vapor perfumado sobe, acendo velas, lançando um brilho suave que transforma o espaço num santuário de tranquilidade. A sinfonia harmoniosa da música zen toca ao fundo, misturando-se com os aromas calmantes para criar um refúgio sensorial. Esta experiência holística não só mima o meu corpo, como também alivia o stress do dia, proporcionando uma conclusão serena para as noites de inverno cheias de calor e relaxamento.


7. Nutrição consciente: A última peça do meu puzzle de auto-cuidado envolveu uma maior consciência do combustível que fornecia ao meu corpo. Durante anos, tratei a comida como combustível, sem pensar muito na forma como poderia estar a afetar a minha saúde mental. Estava cética quanto ao facto de algo tão vulgar como o que colocava no prato poder ter um impacto significativo nos meus níveis de ansiedade. Só quando comecei a prestar mais atenção às reacções do meu corpo é que comecei a ver a ligação. A nutrição consciente tornou-se uma forma de respeito por mim própria, um esforço consciente para honrar as necessidades do meu corpo e cultivar uma relação positiva com a comida.


Apercebi-me de que parte do meu ceticismo tinha origem na mentalidade moderna de gratificação instantânea. Habituámo-nos a soluções que funcionam rapidamente - um comprimido para aliviar uma gripe, um queijo para aumentar a nossa serotonina, ou mesmo um copo de vinho para descontrair depois de um longo dia. Mas a gratificação das nossas emoções não é entendida da mesma forma pelos nossos órgãos. O que eles realmente gostam para funcionar corretamente são os alimentos mais densos em termos nutricionais.


Impacto nas Hormonas: As práticas holísticas de autocuidado têm um impacto direto no equilíbrio hormonal, influenciando os neurotransmissores e as hormonas do stress. Por exemplo, o exercício físico regula a libertação de endorfinas, que actuam como elevadores naturais do humor. Um sono suficiente contribui para a regulação do cortisol, evitando a sua produção excessiva, que pode contribuir para o aumento da ansiedade. A nutrição holística assegura um fornecimento de nutrientes que apoiam a produção e o funcionamento dos neurotransmissores, contribuindo para o bem-estar emocional.


Capítulo 5: Nutrição holística


A profunda ligação entre o que comemos e a forma como isso afecta o nosso estado mental é algo que demorei muito tempo a compreender verdadeiramente. Não é raro esperarmos soluções rápidas no mundo atual - habituámo-nos à ideia de que um comprimido pode fazer desaparecer a nossa dor de cabeça em meia hora ou que uma chávena de café nos pode transformar numa estrela de rock em palco. No entanto, a realidade é que o nosso corpo, no seu estado natural, não funciona em prazos tão rápidos. Eles curam-se lentamente, metodicamente e com um objetivo.


Uma dieta rica em alimentos integrais, incluindo frutas, legumes, proteínas magras e cereais integrais, fornece nutrientes essenciais que apoiam a função cerebral e a regulação hormonal. Nutrientes como os ácidos gordos ómega 3, o magnésio e a vitamina do complexo B têm sido associados à estabilização do humor e à redução do stress.


A nutrição holística, enriquecida com um conjunto diversificado de ervas e especiarias, desempenha um papel fundamental na otimização do bom funcionamento do nosso cérebro. Comecei a incorporar a "Daily Dozen" do Dr. Greger, uma lista de verificação abrangente de categorias de alimentos essenciais, na minha dieta diária e isso teve um impacto profundo na minha composição bioquímica ao longo das semanas.


A inclusão de elementos que estimulam o cérebro, como bagas, verduras e frutos secos, TODOS OS DIAS na nossa dieta garante um rico fornecimento de antioxidantes e ácidos gordos ómega 3, cruciais para a saúde cognitiva. As ervas e especiarias, como a curcuma e o alecrim, conhecidas pelas suas propriedades anti-inflamatórias e neuroprotectoras, reforçam ainda mais a abordagem holística. Ao alimentarmos o nosso corpo com esta paleta diversificada e rica em nutrientes, criamos um ambiente que apoia o funcionamento ideal do cérebro, promovendo a clareza mental, a concentração e o bem-estar cognitivo geral. A sinergia entre a nutrição holística e a utilização estratégica de ervas aromáticas e especiarias surge como uma estratégia poderosa para cultivar uma saúde cerebral duradoura.


Deixem-me também partilhar convosco os meus conhecimentos e experiências sobre os alimentos que devem ser absolutamente eliminados da vossa dieta.


Os 7 sabotadores da nutrição holística:


1. O açúcar é frequentemente referido como o sabotador silencioso da saúde mental. O consumo de açúcar leva a picos e quedas de açúcar no sangue, o que pode despoletar ou exacerbar sentimentos de ansiedade. Quando consome alimentos e bebidas com elevado teor de açúcar, o seu corpo sente um pico de energia seguido de uma queda súbita, o que leva a irritabilidade, nervosismo e aumento da ansiedade.


Para reduzir a ingestão de açúcar:

  • Opte por fazer bolos com puré de batata-doce, bananas ou tâmaras.

  • Leia os rótulos dos alimentos para identificar os açúcares ocultos.

  • Opte por fruta inteira para lanches rápidos ou sobremesas.


2. A cafeína, presente no café e bebidas energéticas e muitos refrigerantes, é um estimulante bem conhecido. Embora possa proporcionar um aumento temporário do estado de alerta e da disposição, a ingestão excessiva de cafeína pode levar a um aumento do ritmo cardíaco, inquietação e ansiedade acrescida. Também pode perturbar os padrões de sono, o que pode contribuir ainda mais para a ansiedade.


Para reduzir o consumo de cafeína:

  • Reduza gradualmente o consumo de cafeína para evitar sintomas de abstinência.

  • Substitua as bebidas com cafeína por chás de ervas ou opções descafeinadas.

  • Monitorize o seu consumo de cafeína ao longo do dia para se manter dentro de um limite saudável.


3. Glúten: Para muitos indivíduos, o glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio, pode contribuir para a ansiedade e outros problemas de saúde mental. Esta ligação é mais acentuada em pessoas com sensibilidade ao glúten ou doença celíaca. O consumo de glúten geralmente leva a problemas digestivos e inflamação, que podem afetar o humor e exacerbar os sintomas de ansiedade.


Para reduzir o consumo de glúten:

  • Experimente grãos sem glúten, como quinoa, arroz e aveia.

  • Explore versões sem glúten dos seus produtos favoritos (prestando muita atenção aos açúcares ocultos).

  • Consulte um profissional de saúde se suspeitar de sensibilidade ao glúten.


4. Produtos lácteos: O leite em especial e o queijo são alimentos básicos comuns em muitas dietas. No entanto, a lactose pode provocar problemas digestivos e o seu elevado teor de gordura saturada está associado a muitas doenças crónicas. Os lacticínios também podem desencadear inflamações, afetar os níveis de insulina e contribuir para a produção de muco em alguns indivíduos, o que pode afetar o bem-estar mental.


Para reduzir o consumo de lacticínios:

  • Experimente alternativas sem lacticínios, como o leite de amêndoa, o iogurte de coco ou o queijo de caju.

  • Seja criativo e encontre outras alternativas para fazer a sua deliciosa sandes, como abacate, manteiga de amendoim e tofu.

  • Monitorize a forma como o seu corpo reage aos lacticínios e considere eliminá-los se provocarem ansiedade.


5. Embora o álcool seja frequentemente visto como uma forma de relaxar, pode ter o efeito oposto na ansiedade. O álcool é um depressor que pode perturbar o equilíbrio dos neurotransmissores e exacerbar os sintomas de ansiedade. Além disso, o álcool pode interferir com a qualidade do sono, levando a um aumento da ansiedade no dia seguinte.


Para gerir o consumo de álcool:

  • Limitar o consumo de álcool a níveis moderados, seguindo as directrizes recomendadas.

  • Tenha em atenção a forma como o álcool afecta a sua ansiedade e humor.

  • Considere alternativas não alcoólicas quando estiver a socializar.


6. Hidratos de carbono refinados. Os hidratos de carbono refinados, como os que se encontram no pão branco e nos snacks açucarados, podem ter efeitos adversos na ansiedade por várias razões. Em primeiro lugar, provocam picos e quebras rápidas nos níveis de açúcar no sangue, resultando em irritabilidade e alterações de humor que podem agravar os sintomas de ansiedade. Além disso, estes hidratos de carbono podem promover a inflamação no corpo, incluindo no cérebro, aumentando o risco de ansiedade e outras perturbações do humor. Além disso, os hidratos de carbono refinados podem perturbar a saúde intestinal ao alimentar bactérias intestinais nocivas, afectando potencialmente a ligação crucial entre o intestino e o cérebro, intimamente associada à ansiedade.


Como evitar os hidratos de carbono refinados:

  • Opte por trigo integral, arroz integral e aveia para estabilizar o açúcar no sangue.

  • Ler os rótulos: Evite produtos com "farinha enriquecida" ou "xarope de milho com alto teor de frutose".

  • Cozinhe em casa: Prepare refeições com ingredientes não processados.


7. As gorduras trans, normalmente presentes em alimentos fritos, margarina e produtos de pastelaria, representam uma ameaça significativa para a saúde mental. Induzem a inflamação em todo o corpo, incluindo no cérebro, o que pode exacerbar os sintomas de ansiedade. Além disso, as gorduras trans contribuem para o stress oxidativo, prejudicando a função cerebral e aumentando a suscetibilidade a perturbações de ansiedade. Para além do seu impacto na mente, estas gorduras também prejudicam a saúde cardiovascular, e a sua associação com a má saúde do coração tem sido associada a um risco acrescido de ansiedade e depressão, enfatizando a importância de as evitar para o bem-estar geral.


Como evitar as gorduras trans:

  • Verificar os rótulos: Evite produtos com "óleos parcialmente hidrogenados".

  • Utilize gorduras saudáveis: Cozinhe com azeite, óleo de coco ou de abacate.

  • Opte por uma cozinha mais saudável: Cozer, grelhar ou cozinhar a vapor em vez de fritar.


Ao eliminar os sabotadores nutricionais e ao adotar um regime diário centrado nos alimentos mais ricos em nutrientes, experimentei uma transformação notável, sentindo-me rejuvenescida e quase duas décadas mais nova. A ausência de inflamação, as raras ocorrências de doença e a energia sustentada ao longo do dia são os resultados tangíveis desta mudança intencional na dieta. Na minha jornada para me tornar uma Coach de Saúde Holística Certificada, mergulhei no incrível mundo das ervas e especiarias, descobrindo a sua potência como farmácia da natureza. Hoje em dia, a minha cozinha tem uma gaveta dedicada, cheia de uma série de ervas e especiarias, cada uma com um objetivo nutricional específico. Incorporá-las na minha rotina diária tornou-se um aspeto integral da otimização da minha nutrição, reforçando a crença de que os remédios da natureza podem, de facto, ser a chave para uma saúde vibrante e longevidade.


Elixir da Olga - Os meus clientes começaram a chamar a esta bebida "elixir da Olga". Achei o nome engraçado e aceitei-o humildemente. Bebo este elixir praticamente todas as manhãs. Se está a tentar cortar a cafeína da sua dieta, aqui está um ótimo substituto: meia colher de chá de curcuma em pó, meia colher de chá de canela em pó, meia colher de chá de gengibre em pó, meia colher de chá de ashwagandha, uma colher de chá cheia de cacau orgânico puro e uma pitada de pimenta preta. Basta adicionar água a ferver e misturar tudo. Opção: adicionar leite vegetal e/ou açúcar/xarope de tâmaras.


Capítulo 6: O poder da atenção plena e da meditação

pecas de madeira com letras que forma a pavra "RESET"

A minha viagem transformadora para a auto-descoberta tomou um outro nível através dos ensinamentos da Brahma Kumaris e de Joe Dispenza. A sabedoria transmitida pela Brahma Kumaris, com ênfase na paz interior e na ligação espiritual, proporcionou uma base profunda para o meu crescimento pessoal. Paralelamente, os conhecimentos de Joe Dispenza, particularmente no seu livro "Becoming Supernatural", abriram-me os olhos para as complexidades científicas por detrás da meditação.


A minha meditação quotidiana incorpora as seguintes técnicas:


1. Mindfulness: Na minha viagem através de várias técnicas de meditação, descobri que o Mindfulness é uma âncora profunda no momento presente. Tal como o próprio nome indica, é uma prática que atrai a atenção para o agora, tornando-nos extremamente conscientes do que nos rodeia. Ao abraçar o presente, descobri uma sensação de plenitude e um aumento de energia. A beleza reside no facto de nos livrarmos do desperdício de energia com arrependimentos passados ou ansiedades futuras.


2. Respiração Centrada no Coração, outra meditação poderosa que permitiu-me estabelecer uma ligação profunda com as minhas emoções. Envolver-me com sentimentos de bondade, gratidão, amor e alegria fez-me apaixonar de novo pela própria vida. Passei a ver o coração como um imperador, que governa não só as emoções, mas que influencia o bem-estar de todo o meu corpo e, nomeadamente, do meu cérebro. Os sinais do coração ressoam através de todas as células, criando uma sinfonia harmoniosa em que todo o corpo dança ao som das emoções do imperador.


3. O Despertar dos Chakras tem sido uma exploração fascinante. Esta meditação promove a libertação de hormonas positivas nos nossos centros de energia, fomentando a cura em todo o corpo. É uma viagem interior, alinhando a energia do corpo para um bem-estar ótimo. Os chakras estão localizados ao longo da coluna vertebral, correspondendo aos principais centros nervosos e vias de energia do corpo. Cada chakra está associado a qualidades e funções específicas. A coluna vertebral é considerada um canal para esta energia e, dentro da coluna vertebral, existe um fluido frequentemente associado ao líquido cefalorraquidiano. O objetivo é guiar esta energia para cima através dos chakras, activando e equilibrando cada um deles ao longo do caminho. À medida que a energia (Kundalini) sobe, podemos experimentar estados elevados de consciência, percepções espirituais e uma ligação mais profunda com o eu superior.


4. No domínio da visualização intensa e do controlo da mente, mergulhei nas profundezas de valores elevados como a humildade, o desapego e o amor. A visualização focada no meu objetivo na Terra, no meu trabalho, no meu desempenho físico, juntamente com a manutenção na minha mente de imagens felizes de mim, dos meus filhos, família e amigos, tem sido uma fonte de imensa força. Testemunhar a felicidade deles nos olhos da minha mente torna-se uma realidade poderosa através desta prática.


5. Também a exploração de técnicas de respiração acrescentou uma camada dinâmica à minha meditação. A respiração abdominal profunda, a retenção da respiração e a respiração com narinas alternadas tornaram-se não só técnicas, mas também experiências agradáveis, sendo cada respiração uma viagem consciente em si mesma. É como se, com cada respiração, eu estivesse a recuperar um sentido de controlo e tranquilidade, criando serenidade total. Esta prática simples, mas potente, tornou-se o meu remédio de eleição, uma ferramenta sempre à minha disposição.


Descobrir o poder transformador da espiritualidade e da meditação foi a cereja no topo do bolo da minha jornada de bem-estar holístico. Através destas práticas, encontrei uma ligação profunda com o meu eu interior, elevando as minhas vibrações e promovendo uma sensação de paz e harmonia. Participar em sessões regulares de meditação tornou-se a minha âncora, permitindo-me navegar pelos desafios da vida com uma mente centrada e um espírito tranquilo. A dimensão espiritual acrescenta uma profundidade à minha existência, encorajando a autorreflexão e uma maior compreensão da interconexão de todas as coisas. Não se trata apenas dos aspectos físicos e mentais; é o alinhamento espiritual que completa o quadro do bem-estar holístico. Abraçar esta sinergia trouxe um profundo sentido de equilíbrio, irradiando energia positiva em todas as facetas da minha vida.


Capítulo 7: Reajustar os padrões de pensamento negativos

Mulher com fios de clínica médica na cabeca

A ansiedade tem frequentemente origem em padrões de pensamento negativos que se tornam profundamente enraizados. A auto-consciência e o facto de ser responsável pelos seus pensamentos é o primeiro passo no processo de cura.


Na busca da cura da ansiedade, um passo crucial para mim foi confrontar e transformar os padrões de pensamento negativo que se tinham tornado profundamente enraizados ao longo dos anos.


Encontrei inspiração e orientação nos profundos ensinamentos de Deepak Chopra, particularmente nas suas "7 Leis Espirituais do Sucesso". Por exemplo, a ansiedade prospera frequentemente numa mentalidade de escassez, fomentando sentimentos de falta, inadequação e julgamento. Ao praticar a Lei de Dar e Receber, mudei o meu foco daquilo que me faltava para aquilo com que podia contribuir. Os actos de bondade, generosidade e gratidão tornaram-se antídotos para a forma como generava pensamentos, criando uma sensação de abundância que contrariava a narrativa de escassez e julgamento. Compreender a Lei do Karma também me permitiu assumir a responsabilidade pelos meus pensamentos e acções. Percebi que a energia que investia em padrões de pensamento negativos tinha um impacto direto no meu bem-estar. As práticas de atenção plena e a autorreflexão tornaram-se ferramentas para me libertar do ciclo de pensamentos negativos, promovendo um sentido de responsabilidade pela energia que estava a colocar no mundo.


Assim, quando confrontado com um pico de ansiedade, é crucial uma reação imediata. Interromper o padrão de pensamento negativo evita que a ansiedade fique fora de controlo e está a reeducar a sua mente para pensar.


Uma técnica simples mas poderosa envolve parar o pensamento desencadeador e afirmar crenças positivas. No meu caso, contrario o pensamento negativo com uma afirmação positiva, com frases como "Estou segura", "Sou amor" ou "Sou forte" para redirecionar o meu foco e incutir uma sensação de segurança.


Leia a história de Sarah e a forma como pudemos reorientar o seu cérebro:


"Na cidade agitada, Sarah viu-se envolvida nas exigências implacáveis da sua carreira e da sua vida pessoal. Como gestora de projectos, os prazos pairavam sobre ela como sombras ameaçadoras e a pressão parecia insuperável. Um dia, enquanto se preparava para uma apresentação crucial, uma onda de ansiedade abateu-se sobre ela.
O gatilho foi um simples e-mail que a notificou de uma mudança inesperada no cronograma do projeto. Imediatamente, a sua mente começou a correr com pensamentos de fracasso, desilusão e o julgamento iminente dos seus superiores. O familiar aperto da ansiedade apertou-se, ameaçando quebrar a sua compostura.
Naquele momento crítico, Sarah respirou fundo, reconhecendo os sinais familiares da ansiedade. Ela identificou conscientemente o pensamento ansioso: "Vou falhar e toda a gente vai ficar desiludida." Percebendo o potencial destrutivo desse pensamento, ela decidiu intervir.
Parar o pensamento: Com um botão de pausa mental, Sarah interrompeu a progressão do pensamento negativo. Ela visualizou um sinal vermelho de parada em sua mente, interrompendo o impulso da ansiedade. Em vez de permitir que o pensamento se transformasse num medo paralisante, ela assumiu o controlo.
Afirmação: No silêncio que se seguiu, Sarah substituiu a narrativa negativa por uma afirmação positiva. Ela repetiu para si mesma: "Eu sou capaz e estou bem preparada. Já passei por desafios antes e posso fazer isso de novo. Sou forte e este contratempo não define o meu valor".
Ao proferir estas afirmações, ocorreu uma mudança subtil. O aperto paralisante da ansiedade começou a afrouxar, substituído por uma sensação crescente de segurança. Sarah redireccionou o seu foco do fracasso percebido para os seus próprios pontos fortes e capacidades.
Fortalecida por esta nova perspetiva, Sarah abordou o projeto com um vigor renovado. Durante a apresentação, falou com confiança, enfrentando as mudanças com adaptabilidade e demonstrando a sua resiliência. O feedback positivo da sua equipa reforçou o poder das suas afirmações."

A história da Sara é um testemunho do poder transformador de interromper os pensamentos ansiosos e substituí-los por afirmações. Ao assumir conscientemente o controlo da sua narrativa mental, ela não só ultrapassou o desafio imediato, como também cultivou uma mentalidade que lhe seria útil em futuros encontros com a ansiedade. Nesses momentos de dúvida, aprendeu a parar os pensamentos negativos e a afirmar a sua própria força, acabando por se libertar das correntes da ansiedade.


Ao envolver-se ativamente neste processo, estará a capacitar-se para reformular a narrativa em torno da ansiedade. Não se trata de erradicar completamente a ansiedade, mas sim de cultivar uma mentalidade que reconhece a sua presença e o equipa com as ferramentas para navegar nas suas complexidades.


Capítulo 8: Aceitar a vulnerabilidade

homem a sorrir

Aceitar que a ansiedade faz parte da vida (ser bondoso comigo própria e aceitar que sou um ser sensível e vulnerável) é um ingrediente fundamental na receita para curar a ansiedade. A autocompaixão e a aceitação desempenharam um papel crucial no meu percurso. Reconhecer que a ansiedade estava enraizada num trauma permitiu-me ser mais gentil comigo mesma. Aprendi a aceitar que ser sensível e vulnerável não é sinónimo de fraqueza, mas sim de força. Abraçar esta vulnerabilidade tornou-se uma fonte de poder, permitindo-me confrontar as raízes da minha ansiedade com uma compreensão compassiva.


Compreender a natureza crucial de não nos julgarmos com base nos pensamentos é fundamental na jornada de cura e auto-transformação. Envolve o reconhecimento de que os padrões habituais de pensamento, muitas vezes enraizados em experiências de vida como o trauma, o stress ou a educação, não definem o valor ou as capacidades de uma pessoa. Em vez de um auto-julgamento severo, cultivar uma consciência compassiva implica reconhecer que estes padrões de pensamento são respostas aprendidas a circunstâncias passadas. Ao encarar estes hábitos como mecanismos adaptativos desenvolvidos para a sobrevivência, é possível libertar-se do peso da auto-crítica. Abraçar a compreensão de que os pensamentos não são intrínsecos à identidade de uma pessoa, mas sim respostas condicionadas, permite uma mudança para a auto-compaixão. Esta consciência cria espaço para uma mudança intencional, permitindo que o indivíduo se liberte das garras dos padrões de pensamento negativos e embarque numa viagem de auto-descoberta e cura.


No intrincado processo de cura, cultivar a paciência consigo mesmo não é apenas uma virtude, mas uma pedra angular para uma transformação duradoura. A auto-aceitação torna-se a bússola que orienta esta viagem. Implica abraçar todos os aspectos de si próprio, incluindo as vulnerabilidades e imperfeições que possam ter contribuído para o desenvolvimento da ansiedade. A paciência permite reconhecer que a cura não é linear; é um desenrolar gradual, marcado por momentos de progresso e retrocessos. Celebrar as pequenas vitórias e reconhecer o esforço investido, mesmo em momentos de aparente estagnação, torna-se essencial. Praticar a auto-compaixão implica tratarmo-nos a nós próprios com a mesma bondade que se estende a um amigo querido que enfrenta desafios. Trata-se de compreender que o processo de cura é uma maratona, não uma corrida de velocidade, e que cada passo, por mais pequeno que seja, é uma prova de coragem e resiliência. Abraçar a auto-aceitação requer deixar de lado as expectativas irrealistas e o perfeccionismo, promovendo um ambiente em que os erros são vistos como oportunidades de crescimento e não como motivos de auto-condenação. Ao integrar a paciência e a auto-aceitação no processo de cura, os indivíduos concedem a si próprios a graça de navegar pelas complexidades da ansiedade com delicadeza, permitindo que uma transformação profunda se desenrole ao seu próprio ritmo.


Nas fases iniciais do meu percurso de cura, houve momentos em que acreditei que tinha vencido a minha ansiedade, mas os estímulos ressurgiam inesperadamente. Inicialmente, o meu instinto era evitar esses estímulos a todo o custo, vendo-os como perturbações indesejáveis ao meu progresso. No entanto, deu-se uma mudança transformadora quando comecei a ver estes estímulos não como obstáculos, mas como professores inestimáveis e guias espirituais. Em vez de tentar evitá-los, aproveitei a oportunidade que eles representavam para aprofundar a minha compreensão de mim própria e aperfeiçoar as minhas reacções. Reconhecendo que os estímulos não eram a fonte da minha ansiedade, mas sim espelhos que reflectiam aspectos da minha paisagem interior, mudei o meu foco de evitação para a auto-investigação. Hoje em dia, quando me deparo com um estímulo, encaro-o como uma oportunidade para testar a minha resiliência e os meus mecanismos de sobrevivência em evolução. Cada estímulo torna-se um trampolim para o crescimento pessoal, um lembrete de que a cura é uma viagem contínua em que o auto-aperfeiçoamento não se resume a gerir factores externos, mas a aperfeiçoar as respostas internas que moldam a minha experiência do mundo.


Em suma, a vulnerabilidade é intrínseca à vida. Aceitar a realidade com humildade e com resiliência treina-se, educa-se e vive-se. Os desafios aparecerão sempre, a vulnerabilidade estará sempre presente. E sem ela não precisaríamos de ser corajosos ou determinados, nem estaríamos aqui a tentar encontrar o caminho do espírito. Ela é necessária, porque sem ela jamais seríamos grandes.


Capítulo 9: O poder dos livros

Livros numa estante ao longe e um livro na frente aberto

Descobrir o poder transformador dos livros, especialmente da literatura de autoajuda, é o mesmo que alimentar a mente e testemunhar a remodelação gradual da nossa paisagem cognitiva. Os livros possuem a extraordinária capacidade de influenciar as nossas perspectivas, promover o crescimento pessoal e instigar mudanças positivas.


Entre os volumes que marcaram profundamente o meu percurso, destacam-se:


"The Return to Love", de Marianne Williamson, é um livro espiritualmente perspicaz e fortalecedor que ressoa em indivíduos que atravessam tempos difíceis. Williamson inspira-se nos princípios de Um Curso em Milagres, um texto espiritual, para orientar os leitores para uma mudança profunda na perceção e um regresso ao poder transformador do amor. O tema central do livro gira em torno do reconhecimento do amor como uma força orientadora para superar a ansiedade e a escuridão. Williamson enfatiza que o amor é o que somos, não apenas uma emoção, mas uma energia poderosa. Ao cultivar uma mentalidade enraizada no amor, transcendemos o medo, a dúvida e todas as nossas lutas.


"How to Do the Work" de Nicole LePera: um guia para compreender e curar a ligação mente-corpo. Este livro foi uma bússola transformadora na minha jornada de auto-descoberta e crescimento pessoal. Com uma visão perspicaz e orientação prática, LePera mergulha nos meandros da cura e da auto-consciência, oferecendo um roteiro para navegar nas complexidades do bem-estar mental e emocional. A sua ênfase na compreensão da programação da infância, na libertação de padrões auto-sabotadores e na adoção do amor-próprio radical teve um impacto profundo na minha abordagem à vida. A mistura de princípios psicológicos, práticas holísticas e anedotas da vida real do livro ressoou profundamente, capacitando-me a assumir o controlo da minha jornada de cura. O trabalho de LePera tornou-se uma luz orientadora, fornecendo não apenas ferramentas para o auto-aperfeiçoamento, mas uma estrutura holística para abraçar a autenticidade, promover a resiliência e navegar no caminho para o verdadeiro bem-estar.


"Becoming Supernatural", de Joe Dispenza, aprofunda o fascinante domínio do potencial da mente para moldar a realidade, oferecendo uma visão sobre a intersecção da ciência e da espiritualidade. A sua capacidade de juntar os domínios da espiritualidade e da neurociência tem sido muito esclarecedora. "Becoming Supernatural" não só serve como um guia completo para a meditação, mas também mergulha na fascinante ciência de como os nossos pensamentos podem moldar a nossa realidade. Recomendo vivamente este livro para quem procura uma compreensão mais profunda da meditação e do seu profundo impacto no nosso bem-estar físico e espiritual. Através destes ensinamentos, não só expandi os meus conhecimentos, como também cultivei uma abordagem mais rica e significativa da viagem da vida. É uma viagem estimulante às possibilidades ilimitadas da mente humana.


Outra joia é "The Untethered Soul", de Michael Singer, que oferece uma perspetiva profunda sobre como alcançar a libertação interior, convidando os leitores a transcenderem as limitações do eu. Este livro perspicaz promove uma compreensão mais profunda da consciência e o caminho para o verdadeiro despertar espiritual.


"Into the Magic Shop", do Dr. James R. Doty, é uma leitura obrigatória para quem procura uma compreensão mais profunda do poder transformador da compaixão e da atenção plena. O livro oferece uma perspetiva única, pois combina as memórias pessoais de um neurocirurgião com lições valiosas sobre o profundo impacto destas práticas no bem-estar mental. A narrativa segue o percurso de vida do Dr. Doty, desde uma infância difícil marcada pela pobreza e pela adversidade até ao seu posterior sucesso como neurocirurgião de renome. A viagem do Dr. Doty da adversidade ao sucesso, alimentada pelas lições aprendidas na "loja mágica", serve de inspiração para os leitores explorarem estas práticas nas suas próprias vidas. As lágrimas que escorreram dos meus olhos enquanto lia esta história profunda foram uma resposta visível à profundidade emocional e à ressonância da história.


"The Artist's Way", de Julia Cameron, é na prática como um workshop de 12 semana que capacita os indivíduos a libertarem o seu potencial criativo. Cameron guia os leitores na redescoberta do seu "eu" criativo, ultrapassando bloqueios criativos e abraçando o artista dentro de si. Ao mergulhar nas tarefas e exercícios específicos de cada semana, tais como explorar as crenças negativas fundamentais, identificar fontes passadas de inibição criativa e cultivar um sentido de abundância, descobri profundas percepções. O processo de recuperação criativa não se tratava apenas de recuperar a expressão artística, mas de me alinhar com o meu verdadeiro objetivo.


Por último, mas não menos importante, recomendo dois outros livros sobre o Kiryu, um de Francisco Castro "Kiryu Chiryo" e "Os Caminhos Do Espírito" de Maria Conceição Pinho, onde aprendi muito sobre as 9 virtudes do espírito e, respetivamente, as doenças que só podem ser curadas pelo treino e desenvolvimento das virtudes do espírito. Obras de imensa sabedoria.


Estes livros formam, em conjunto, um poderoso arsenal para quem procura enriquecimento pessoal e mental. Mergulhe na magia destas jóias literárias, permitindo que sejam luzes orientadoras no seu caminho para a auto-descoberta, a criatividade e uma vida mais gratificante.


Conclusão

Caracol numa folha

Não se sinta desencorajado ou desencorajada por todas as coisas que tem de mudar na sua vida. Com o tempo, fui descobrindo os remédios naturais que mais gostava de usar. A vida é tão variada que é muito fácil voltar a apaixonar-se por ela, desde que regressemos a nós próprios.


Acima de tudo, para nos curarmos e sentirmo-nos bem na nossa pele, é essencial compreender a nossa natureza: somos seres holísticos, ligados a tudo numa dimensão tempo-espaço infinita. Somos seres extensionais: corpo, coração, mente e espírito. Um ajuste numa área afectará as outras, porque tudo está ligado. Escolha a primeira que quer abordar e incorpore gradualmente as outras dimensões.


Se estiver a debater-se com outros tipos de desequilíbrios no seu corpo (cancro, doenças cardíacas, doenças imunitárias, osteoporose, etc.), o caminho para a cura é praticamente o mesmo, tal como descrito neste guia.


Eu naveguei pelas voltas e reviravoltas da ansiedade e, através de tentativa e erro, descobri estratégias poderosas que transformaram a minha vida. A minha viagem foi lenta e deliberada. O que aprendi é que o nosso corpo precisa de tempo para se ajustar, reiniciar e encontrar o equilíbrio. Não é um processo rápido. Para gerir a ansiedade e criar novos padrões emocionais e mentais, a paciência e a autocompaixão são fundamentais.


A Noite Escura da Alma" é um termo que teve origem nos escritos do místico e poeta espanhol São João da Cruz. Foi um frade católico e uma figura-chave na tradição mística cristã, particularmente associada à ordem dos carmelitas. São João da Cruz escreveu uma obra famosa intitulada "A Noite Escura da Alma" (espanhol: "La Noche Oscura del Alma"), que é um tratado espiritual que descreve a viagem da alma em direção à união com Deus. Nesta obra, ele descreve os estágios da purificação da alma e os desafios que ela enfrenta no caminho para a iluminação espiritual.


O termo "noite escura" refere-se a uma fase da jornada espiritual em que o indivíduo passa por uma profunda sensação de desolação espiritual, um sentimento de ser abandonado por Deus e uma purificação da alma de apegos e imperfeições. É um período de intensa luta espiritual e transformação interior. O conceito tem sido influente não só no misticismo cristão, mas também em discussões espirituais e psicológicas mais amplas, uma vez que descreve um tema universal de enfrentar desafios e dificuldades interiores no caminho para o crescimento pessoal e a iluminação. É uma bela transformação que, naturalmente, não pode ser isenta de pressões e desafios. E você também o pode fazer.


Aprendi a apreciar a importância de dar ao nosso corpo o tempo de que ele precisa para se restabelecer e se ajustar. Pequenas mudanças graduais podem fazer uma diferença significativa ao longo do tempo. E ao embarcar nesta viagem, consulte sempre um profissional de saúde que possa fornecer orientação personalizada e apoio ao longo do caminho, o seu bem-estar mental vale o investimento. Nenhuma viagem é para ser feita sozinho. Explore a importância de construir um forte sistema de apoio, quer seja através de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental.


E lembre-se de que a jornada para melhorar a saúde é uma maratona e não um sprint.


 
 
 

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© 2023 por Coach de Saúde Integrativa Olga M. Wallraff

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